23 outubro 2006
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Esse céu azul limpinho, esse sol morninho
Esse dia de primavera fresca que dominou a cidade de sopetão
O amarelo abrindo passagem entre o céu e o concreto, cinzas
- Abençoado calor da metade clara do ano -
Penetrando suavemente em cantinhos da minha alma
Que nem eu mesma sabia
Estavam lúgubres, úmidos
Mofados.
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.: Mirana soprou às 11:02 :.
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0 ventos alheios :.
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20 outubro 2006
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.: minha primeira vez :.
acabei de desligar o telefone na cara de um operador de telemarketing.
o sujeito, em nome de uma loja de eletrodomésticos, queria atualizar o cadastro (??) e para isso pediu o celular da minha chefe. quando eu perguntei do que exatamente se tratava, se era tão urgente que justificasse eu ceder essa informação, ele veio com um papo se eu era a d. suzana ou parente dela, e que como não era o caso, o assunto era só com ela. tudo isso, veja bem, me interrompendo enquanto eu falava (algo que eu a-d-o-r-o, imagina) e com tooda uma atitude assim de empresa de cobrança demandando pagamento, sabe?
pois então, eu mandei-lhe um "para ser atendente de telemarketing você tem que ser mais educado - ligue depois" e tasquei o fone no gancho.
ele fez por merecer, acredite.
mas, por via das dúvidas, declaro aberta a temporada TPM do mês.
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.: Mirana soprou às 10:01 :.
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0 ventos alheios :.
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19 outubro 2006
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quando foi que eu perdi a minha ambição?
quando foi que deixei pra lá os faróis, as metas, os projetos-com-data-marcada, e simplesmente comecei a levar a vida um dia de cada vez?
isso é bom ou é ruim?
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.: Mirana soprou às 15:11 :.
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0 ventos alheios :.
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amo tanto...
... e de tanto amar....
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.: Mirana soprou às 15:11 :.
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0 ventos alheios :.
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será que dessa vez Mirana deixará de ser sedentária??
tcharaaan.
aguardem cenas dos próximos capítulos.
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.: Mirana soprou às 14:30 :.
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0 ventos alheios :.
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E nessas, completei 1 ano sem fumar.
Jurei pra mim mesma não virar uma ex-fumante chata, mas é fato que sou bem mais feliz assim, e que o cigarro dos outros me parece cada vez fedido.
Pare de fumar você também. Tenho dicas pra quem quiser.
Eu também achava improvável conseguir.
E consegui.
Tá bom, tá bom, eu admito: de vez em quaaaaando sinto falta de uma tragada. Mas realmente é tão de vez em quando, e a vontade passa tão rápido, que nem pra dizer que é difícil viver sem. Na hora, eu lembro vividamente da imagem de alguém lambendo avidamente um cinzeiro daqueles beeeem fedidos, e troco a vontade de fumar por um enjôo.
Meus próprios métodos de reforço negativo.
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.: Mirana soprou às 14:14 :.
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0 ventos alheios :.
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11 outubro 2006
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"Todos nós convivemos com o erro que cometemos... esta é a parte terrível. Podemos olhar pra trás e ver o momento exato onde tudo saiu errado, e esse é todo o castigo de que necessitamos, me parece; viver com aquilo que fazemos e sabermos como o fizemos. Eu deveria ter encontrado uma maneira."
da minha mais recente releitura que me releu:
Marion Zimmer Bradley, "Dois para Conquistar".
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.: Mirana soprou às 17:02 :.
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0 ventos alheios :.
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03 outubro 2006
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carro quebrado é uó.
ele sempre te deixa na mão quando você tinha 1236 coisas programadas pra fazer, todas urgentes, uma em cada canto da cidade (como foi o caso ontem). ou então durante uma viagem no feriado. quando meu carro quebra eu fico frustrada, com raiva, agoniada e preocupada.
nessas horas é ótimo ser cliente de uma oficina com um mecânico gostoso, como é o meu caso.
você chega lá se sentindo um farrapo humano, devastada pelo azar e crueldade do destino, e aquele rapaz de vinte-poucos-anos, calça beeem velha e larga mostrando os ossinhos do quadril, camiseta surrada delineando músculos definidos, suado na medida certa, as mãos fortes e sujas de graxa, olhos cor-de-mel... ele olha pra você, abre um sorriso maroto resplandecente e pergunta "qual é o problema, moça?"
normalmente nessa hora eu arranco minha roupa e deito no capô.
depois acordo e tenho na mão com uma lista de peças a serem trocadas, e no final da página um valor sempre muito maior do que eu posso pagar.
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.: Mirana soprou às 11:41 :.
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0 ventos alheios :.
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02 outubro 2006
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.: preto | branco :.
(ou meu próprio lembrete)
porque independentemente, ou apesar, de tudo o que eu venho pensando sobre o assunto, uma coisa é certa:
There's no combination of words
não há combinação de palavras
I could put on the back of a postcard
que eu pudesse escrever no verso de um cartão postal
No song that I could sing
nenhuma música que eu pudesse cantar
But I can try for your heart
mas pelo seu coração, eu posso tentar
Our dreams, and they are made out of real things
os nossos sonhos são feitos de coisas reais
Like a, shoebox of photographs
como uma caixa de sapatos cheia fotos
With sepiatone loving
com amor em sépia
Love is the answer,
Amor é a resposta
At least for most of the questions in my heart
para a maioria das perguntas no meu coração
Like why are we here? And where do we go?
como porque estamos aqui? e pra onde vamos?
And how come it's so hard?
e porque é tão difícil?
It's not always easy and
nem sempre é fácil e
Sometimes life can be deceiving
às vezes a vida pode te trair
I'll tell you one thing it's always better when we're together
mas eu te digo uma coisa, é sempre melhor quando estamos juntas
mmmmmm, it's always better when we're together...
mmmmmm, é sempre melhor quando estamos juntas...
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.: Mirana soprou às 10:09 :.
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0 ventos alheios :.
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.: Dia de Dever Cívico:.
Pois é. Eu gosto muito de votar, sabe? Muito mesmo.
(Até considero a possibilidade de me candidatar voluntariamente para ser mesária...!)
Ainda ecoa em mim a alegria e o orgulho que vi no meu pai e minha mãe em 89. A felicidade que eles exalavam, o clima das ruas, a importância do voto. Minha mãe emocionada, meu pai deixando eu fazer o X na cédula de papel.
Hoje em dia hego até a lamentar a urna eletrônica, que faz tudo acontecer em 5 segundos. Rápido demais, nem dá pra saborear.
Mas o que eu lamento, lamento MESMO, é ver o Maluf e o Clodovil (?!??!) se elegendo com larga vantagem pra deputado federal, enquanto a Soninha e o Carlos Neder, meus candidatos, aqueles que eu digitei os números com fé e certeza que estava fazendo uma ótima escolha, nenhum dos dois foi eleito.
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.: Mirana soprou às 09:46 :.
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0 ventos alheios :.
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Mirana é uma existência efêmera nesse planeta, e isso a perturba um pouco, mas antes isso do que ser eterna. É relações públicas, finalmente graduada, enquanto deseja secretamente ser escritora de guias de viagem e/ou acrobata. Para viver precisa freqüentemente ler bons livros e dançar. Tem uma mãe sazonal, uma irmã essencial e um pai de quem não ouve mais falar, e vive bem assim, obrigada. É preguiçosa crônica, em tratamento, e tem apresentado sintomas claros de dependência do seu iPod. Guarda duas dúzias de pessoas no coração, e sempre se arrepende quando deixa passar muito tempo sem vê-las. Ama contemplar longamente o pôr-do-sol, o mar e a chuva. Já quis ter 42 anos, hoje vive bem com seus 30, mesmo se sentindo às vezes uma adolescente ingênua e espevitada, às vezes uma velha cansada e rabugenta. Tem TPM, mas nega até a morte. Vive em guerra com a balança e é preciso admitir que anda perdendo as últimas batalhas. Pretende ainda ter gatos e filhos, mas no momento declina da resposabilidade pela vida de outros. Veio ao mundo com uma missão pessoal e intransferível: ser feliz.
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