Ah, o Natal. Eu insisto em gostar do Natal.
Mesmo chegando sempre lá pelo dia 20 de dezembro - como hoje - esbudegada, estraçalhada, estressada, corrida e sem dinheiro, o dia 24 iminente (nem venha me corrigir - natal pra mim é a ceia e os presentes da véspera) é como um farol, uma meta, uma linha de chegada de mais um ano que se vai.
Mesmo tendo passado decepções de arrepiar os pelos da nuca, há uma década atrás, e ter perdido o gosto efusivo e a crença inabalável num clima natalino que - acredito - só vou recuperar quando tiver meus próprios filhos pra armar o mis-en-scene todo, mesmo assim, há aqueles que eu amo, cerejas, irmã, damascos, familia, presentes de 1.99, a música do John Lennon, pai - ou não -, luzes piscantes, champagne.
Há o mais valioso de tudo: a crença inabalável da minha mãe que apesar dos perrengues, das mágoas, das ofensas, das perdas, de tudo o que não foi, de sonhos que morreram, de lágrimas que salgaram o mundo - que apesar de tudo o que possa ter acontecido o ano todo, a noite do dia 24 é uma janela pra se fazer dela uma noite mágica.
E ela sempre faz.
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