03 junho 2005




Meus olhos inchados essa manhã indicam que eu não dormi bem à noite. Eu não lembro se sim ou se não, só de sentir muito frio.

Eu definitivamente tenho que aproveitar que sobra espaço no meu quarto pra arranjar um saco de areia e pendurar no teto. Ontem eu teria arranjado uma foto do imbecil em tamanho natural e socado, socado, até ficar com os nós dos dedos roxos. Ia jogar ali todo o mal-estar que ficou fermentando na 1h inteira que fiquei plantada esperando o dito-cujo, que simplesmente não se deu conta que tinha combinado de encontrar comigo. Ne-nhu-ma vez que combinamos um get-togheter ele me deixou menos que 1h esperando. Muitas ele não apareceu.

Eu tenho medo de mim quando fico com raiva. Me pego pensando em coisas que eu jameis pensei que seria capaz de pensar - não eu, uma menina tão doce, meiga, inteligente, que é contra todo e qualquer tipo de violência... Sou capaz de bolar as vinganças mais requintadas e cruéis.

Esse negócio de guardar a raiva faz mal pra saúde.



 


.: Mirana soprou às 09:55 :. .: 0 ventos alheios :.

 

 


Mirana é uma existência efêmera nesse planeta, e isso a perturba um pouco, mas antes isso do que ser eterna. É relações públicas, finalmente graduada, enquanto deseja secretamente ser escritora de guias de viagem e/ou acrobata. Para viver precisa freqüentemente ler bons livros e dançar. Tem uma mãe sazonal, uma irmã essencial e um pai de quem não ouve mais falar, e vive bem assim, obrigada. É preguiçosa crônica, em tratamento, e tem apresentado sintomas claros de dependência do seu iPod. Guarda duas dúzias de pessoas no coração, e sempre se arrepende quando deixa passar muito tempo sem vê-las. Ama contemplar longamente o pôr-do-sol, o mar e a chuva. Já quis ter 42 anos, hoje vive bem com seus 30, mesmo se sentindo às vezes uma adolescente ingênua e espevitada, às vezes uma velha cansada e rabugenta. Tem TPM, mas nega até a morte. Vive em guerra com a balança e é preciso admitir que anda perdendo as últimas batalhas. Pretende ainda ter gatos e filhos, mas no momento declina da resposabilidade pela vida de outros. Veio ao mundo com uma missão pessoal e intransferível: ser feliz.




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