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Encontrar-se com a Má e a Má é ver o passado ali, numa mesa, fazendo-se presente.
Uma descobriu-se mais casada do que seu marido estava. Ela investia num projeto juntos, ele brincava de casinha. Cansou, foi embora, e vive agora na indefinição de não saber o que é, onde está, com quem conta. Também conta que às vezes se perde nos limites do que é certo.
A outra planeja o casório igreja-vestido-branco-festa-flores - é só projetos, expectativas de futuro, datas marcadas e igreja reservada, mas amparada pelo pesado lastro presente de comprar sua primeira casa com dois salários de recém-formados. Também conta que às vezes fazer o que se julga certo pode dar uma grande merda.
Falamos de passado, sim - porque o tempo que já foi nos determina também hoje. Mas compartilhamos muito mais o presente de estarmos ali - a cerveja nunca foi mais gostosa. E somos pessoas melhores porque estivemos juntas. Somos mulheres que crescem, juntas.
Definitivamente, esse negócio de virar gente grande não é fácil pra ninguém. Mas numa noite como a de ontem, a gente vê que ajuda pra caramba ter amigas de uma vida toda.
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