...e meu carro foi embora. Assim, furtado na surdina de uma madrugada no fim de semana.
Eu vinha constantemente pensando que queria trocar de carro, mas sempre fiquei só nas conjecturas porque, na prática, não tenho como pagar um financiamento agora.
E quando eu virei a esquina e vi aquela vaga vazia, levei um susto, duvidei da minha memória e da minha sanidade por alguns instantes. Liguei pro 190, pensei em todas as implicações físicas e metafísicas do ocorrido nos meus planos para os próximos dias.
E hoje, no dia seguinte, sinto improváveis saudades. Aquele carro sempre sujo e barulhento foi muito mais meu companheiro do que sempre admiti. Com ele passamos ilesas pelas estradas lamacentas de Carrancas, no Carnaval 2004, vendo picapes paradas no caminho. Com ele peguei a estrada muitas vezes pra Campinas e Santos e Angra, pra ver pessoas amadas. Com ele eu ia todo dia até Pirituba quando estava apaixonada. Nele eu já levei muita gente de carona.
Descanse em paz, Gol Guerreiro.
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